Minha ideia era fazer uma espécie
de escondidinho de frango. Fiquei inspirado pela receita de Torta de Batata que
a Sheila postou no blog e pensei: porque não? Mas o acaso está com a gente. Ele
nos protege e nos influencia. Ele – o acaso – é o grande divisor de caminhos
previstos e você acaba percorrendo outro, mesmo que lá no fim as coisas se
cruzem de uma forma ou de outra.
Comprei os insumos, tudo
belezinha. Então chego em casa e a internet não funcionava. Lá se vai minha
cola da receita. O que fazer? Improvisar - é claro. A começar pelo fato de eu
nunca ter feito um escondidinho na vida e não saber qual é o ponto exato do
“creme” que vai por cima da carne que você escolher. Então a solução para um
jantar de sucesso foi seguir com o plano e ver no que dava. O plano era o
seguinte: faria um recheio bacana de frango desfiado e cobriria com a tal torta
da Sheila. E vamos ao que rolou.
Eu tinha um peito de frango
gigante – mais ou menos umas 600 gramas – e optei por usar metade dele (congelei
a outra metade). Numa panela eu o cobri com água, pimenta do reino, um tempero
para frango qualquer (desses que sobram na geladeira), e um pouco de salsinha
(só pra dar um brilho, se é que você me entende). Cozido, peguei o bichinho e
desfiei. Dá trabalho, mas é muito gostoso peito de frango desfiado.
Numa
frigideira derreti manteiga (sempre sem sal e use margarina apenas se você
tiver só margarina) e suei uma cebola média (usei a roxa). Depois coloquei o
frango desfiado e uma lata de tomate pelado. Perceba que estou dizendo “eu fiz
isso, eu fiz aquilo”, justamente para forçar a coisa do acaso. Deixe reduzir esse molho de tomate. Tempere com sal e
pimenta. Prove (nunca deixe de provar). Gosto de abrir a geladeira e ver o que
está sobrando e prestes a perecer. Havia um requeijão no fim, uma colher de
sopa exatamente. Usei e curti a cor que deu. Tinha um leite indo pro brejo e
coloquei ele também (algo como meia xícara de chá). Deixei ali mais um tempo
até reduzir bem bacana. Coloquei uma colher de sopa de amido de milho (Maisena
- é claro, a melhor. O resto tem gosto de amido. Dissolvida em meio copo
americano). Reservei.
Aí aquela tal de torta de batata.
Net não voltava. Não sabia o que fazer... Comecei ralando batatas, uma por uma,
até ter a quantidade suficiente. No fim das contas foram três batatas raladas.
Aqueci mais manteiga, suei mais cebola (dessa vez a comum mesmo) e joguei a
batata. Lembrava-me que na torta ia leite. Coloquei o suficiente para virar um
creme. Aí a gente percebe que amido é coisa séria, ainda mais se for amido de
batata. A coisa engrossou de tal forma que foi preciso abaixar o fogo e ir
colocando mais leite, pois eu queria a batata desmanchando. Provei e estava com
um gosto estranho de arroz. Rs. Sério. Coloquei mais uma colher de manteiga,
glutamato (o Ajinomoto), sal e noz moscada (todo molho branco vai noz moscada).
Aí ficou bacana.
Em uma forma eu despejei o
frango. Por cima dele veio mais uma sobre de geladeira – uma couve flor que
havia sobrado do Yakissoba. Uma boa técnica de congelar um legume é pré
cozinhá-lo (cinco minutos na água fervente e depois direto para a água corrente
da pia, sendo que o certo é água com gelo, mas além de dar mó trampo, nesse
frio que anda fazendo a água corrente é o suficiente para quebrar o cozimento)
embalar e freezer! Enfim... Piquei as sobras de couve flor e distribuí em cima
do frango. Em seguida um pacote inteiro de queijo parmesão ralado (qualquer um,
só pra dar um tchã). Joguei o “creme de batatas” e finalizei com fatias de
queijo prato (como dizia a receita da Sheila) cerca de 150 gramas. No fim das
contas fui perceber que o colorau fez uma baita falta, mas não havia no único
mercado que resolvi parar no caminho de casa. Quase comprei páprica picante,
mas fiquei com medo.
Forno. Todo o processo que parece
frescura é importante. Pré aqueça no talo, no máximo, no vulcão das fendas da perdição.
Depois de dez minutinhos abaixe para 180° e coloque a massaroca lá dentro. Vá ver Friends, Walking Dead, Big
Bang Theory, He-Man, Jaspion, You Tube... Eu estou vendo Game Of
Thrones. Eu poderia dizer aqui trinta minutos, mas quando você cozinha há
tempos você se deixa levar por outras coisas além do tempo... O cheiro, por
exemplo. Existe o cheiro do “está pronto”. Se estiver inseguro deixa o queijo
derreter e o molho borbulhar.
Aí foi isso. Tirei do forno e vi
o que havia acontecido. Cortei um pedaço para tirar a foto e disse “poxa, virou
uma lasanha alternativa”. O gosto? De comer a tigela toda.
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